Mãos ao ar

Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.

quinta-feira, maio 28, 2009

EARLY MORNING BLOGS

17:45
EARLY MORNING BLOGS

Amanhece cedo na CMVM, o palco dos novos samurais
Pegam nos jornais com a gana de mil diabos.
Não percebem se o bom Quique fica ou vai.
Mas ficam c’a impressão qu’os orks perdem os regulamentos nos lavabos.

À segunda, ele fica; à terça, parte; à quarta, já não sei —
O futuro para aqueles lados não está mais perto.
Façam favor de informar os donos da lei
Se o lugar de treinador é filho de pai incerto.

Então, afinal, é o Jesus de Braga?
Que raio de casa é a vossa?
Dá impressão que a SAD naufraga.
Não tarda e mando-vos p’a choça.

Pela via das dúvidas, suspendo-vos o papel.
Bando de parasitas engravatados!
Tratam a CMVM como um bordel
E, afinal, têm os bolsos esburacados.


(Inspirado em “Os Sapatos”, de José Carlos Ary dos Santos, nos monólogos do senhor Júlio da minha papelaria e nas patetices que o Pacheco da Marmeleira afixa no Abrupto)

sexta-feira, maio 22, 2009

Gólgota em versão moderna ou eu hei-de trincar esta virgem

Por norma, não tenho nada contra as virgens, as pessoas que fazem greve de fome e os açorianos. Perante a adversidade, reagem como podem, fazendo sacrifícios em nome de um bem maior. No caso das virgens, à espera do homem/mulher certo; no caso dos grevistas de fome, à espera de um hambúrguer; no caso dos açorianos, à espera do avião que os leve dali para fora.
Quando as coisas são bem explicadas, eu normalmente dou a mão à palmatória. Só a mão, naturalmente, que isto ainda é um blogue de boas famílias. Tem aliás a minha licença para, se daqui lhe pedirem para dar mais do que a mão, desatar a berrar repetida e freneticamente a palavra “Alerta”, enquanto olha, esgazeado, para o infinito e dá sonoras palmadas com a mão esquerda na sua própria testa. Não vai adiantar muito, pois ninguém sairá em sua defesa, mas sempre se ensaia uma daquelas cenas de teatro experimental que a minha mulher me obriga a ver, em que só está em palco um mau actor, sem cenário, com um pano preto em fundo e em que boa parte do tempo é consumido com gritos penetrantes que supostamente significam que a personagem está a descer à loucura, mas, na verdade, significam que os dez euros do bilhete poderiam ter sido utilizados com mais proveito para lavar o carro, observar uma parede de tinta a secar ou comprar um pobrezinho no Banco Alimentar. Mas adiante.
Margarida Menezes, de 26 anos, fundou o clube das virgens. Feliz por este marco na história do movimento associativo, a Margarida não só certifica que ainda ninguém lhe tocou como grita o facto a plenos pulmões. Ao “Correio da Manhã”, por exemplo, a Margarida disse que a sexualidade é tão importante que deve ser vivida como um momento definidor a dois entre a mulher e o seu príncipe encantado. Dada a publicidade da campanha, quer-me parecer que a Margarida tem razão. De facto, o seu momento definidor vai ser vivido só entre ela, o príncipe, duas estações de televisão e três jornais. Tudo muito privado, claro.
Ora, da última vez que espreitei, este era um blogue de desporto. Onde está o elo desportivo, perguntará o leitor que não deixa passar nada. Pois bem, desempregada mas com a virtude intacta, a Margarida enviou o currículo a todas as instituições meritórias de que se lembrou. Não teve respostas.
Começou então a mandar currículos onde sublinhava o seu papel na fundação do clube das virgens. Segundo o “Correio da Manhã”, houve uma entidade, pia e pouco dada ao chavascal, que a aceitou. A Margarida é hoje a nova guia das visitas ao estádio do Sport Lisboa e Benfica.
Parece uma daquelas anedotas que começam por “havia um bêbado, uma virgem e um gajo de bigode”, mas não é. A virgem trabalha mesmo para o Benfica. E vai o dar o corpo ao manifesto.

quarta-feira, maio 13, 2009

Eleições do Sporting – Volume 2

O Palácio Pimenta, onde hoje fica o Museu da Cidade de Lisboa, no Campo Grande, foi mandado construir por Dom João V para acomodar a sua amante. A amante, vale a pena dizê-lo, era a Madre Paula, freira do convento de Odivelas, que lhe daria três filhos – os chamados meninos da Palhavã. Um deles viria até a exercer o cargo de inquisidor-mor, uma espécie de Gilberto Madail da época, mas sem tintas ordinárias no cabelo.
Só quem nunca trincou uma freira (e de Odivelas, hummm!) pode duvidar da bondade do gesto régio, mas não é por isso que recordo a história. Recupero-a por dois motivos essenciais: em primeiro lugar, porque hoje tenho tempo a mais e, enquanto estou entretido a escrever, não me meto em coisas más como a droga ou os Alunos de Apolo. Em segundo lugar, porque me fascina o tempo em que a malandrice era assumida publicamente e cada um seguia o seu caminho.
Recomendo vivamente uma estratégia semelhante para os candidatos à presidência do Sporting. Que me lembre, já lá tivemos um doido, um maníaco com propensão para as grandezas, um pateta incurável, um idoso que adormecia nas reuniões, dois burlões, um falsário, um adorador de Satã, quatro míopes e um Menezes Rodrigues. E isso foi só na primeira direcção de José Roquette.
Estou farto de gente séria. Mais: não volto a votar em gente séria. Continhas certinhas, balancetes para aqui, auditorias para acolá, mas, dos canecos, nada. A partir de agora, juro solenemente que só voto em quem me prometer que fará malandrice no cargo. No homem (ou mulher) cujos relatórios e contas não tenham qualquer relação com a realidade (nunca têm, aliás, mas isso são outras conversas e eu sou pago à linha).
Colocarei a cruzinha no candidato que garantir que tentará aliciar árbitros e que afiançar que o único tecto salarial a impor no Sporting será uma camada de gesso cartonado, ou pladur, a aplicar no departamento financeiro. Quero um aldrabão que prometa reforços do Real Madrid (o Pepe, não, muito obrigado) e não do União de Leiria. Que impinja as maiores patranhas com desfaçatez olímpica. Quero um presidente que coma com a boca aberta e limpe a fronha à toalha de linho.
Estará ele disponível?

segunda-feira, maio 11, 2009

O diálogo em exclusivo - Especial Eleições do Sporting, volume 1

Estamos em condições de reproduzir na íntegra o decisivo diálogo que permitirá a Filipe Soares Franco empurrar todo o seu peso (que ainda será considerável ou não tivesse o Sporting mais de um metro e noventa de presidente) para o candidato Carlos Barbosa da Cruz (daqui para a frente designado por "o outro Carlos Barbosa").
Filipe Soares Franco - Avançaste tão rapidamente com a candidatura. Deves ter uma boa base de apoio. Falaste com o teu banco?
Carlos Barbosa da Cruz - Não! Falei com o teu!