Mãos ao ar

Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.

sexta-feira, março 30, 2007

A Farsa

Uma rosa continua a ser uma rosa, mesmo que lhe chamemos outra coisa — William Shakespeare
(Eu, pelo menos, julgo que é de Shakespeare. Pode ser só uma epígrafe que eu li nos azulejos da estação de metro do Parque, mas parece-me que é de Shakespeare. Ou, pelo menos, pode ser. Tenho um amigo que leu metade das “Alegres Comadres de Windsor” e ele diz que isto tem todo o ar de ser de Shakespeare)

O Apito Dourado é um processo judicial que, apesar de todo o ruído, assenta num único pressuposto: na capacidade de os dirigentes do FC Porto codificarem intenções criminosas em frases com duplo significado. “Chocolates” seriam, segundo o Ministério Público, prostitutas mulatas; o “papa” seria o presidente do FC Porto; “fruta da época” seria um grupo de prostitutas recém-chegadas ao bordel e por aí fora.
Confesso que não estou convencido.
Em mais de vinte e cinco anos de trabalho no FC Porto, ninguém escutou de Reinaldo Teles mais do que grunhidos ou ocasionais monossílabos. Sinceramente, não consigo associar ao vice-presidente do FC Porto a capacidade de codificação elaborada, que costumamos ver nos espiões mais requintados. Reinaldo Teles parece-me mais o tipo de indivíduo que, se no acto sexual lhe falarem em preliminares, ele perguntará se são os jogos de apuramento para a final. Não é – repito – o protótipo do espião.
Há duas semanas, o “Público” trazia à estampa mais um excerto de uma escuta entre Reinaldo Teles e um árbitro. A dado passo da conversa, o dirigente do FC Porto dizia:
“O prior da nossa paróquia quer mesmo ajudá-lo. E há fruta da época ou chocolates para si, se fizer um bom trabalho.”
Bem sei que no Ministério Público querem mesmo encontrar provas de que Pinto da Costa é responsável por toda a corrupção do futebol português, pelo escândalo da dona Branca, pelo massacre de Darfur e pelo êxito daqueles rapazes romenos que cantavam em cima de um avião e pareciam mais femininos do que a Dina, mas eu gostava de explorar uma hipótese alternativa.
E se Reinaldo Teles não estivesse a falar em código? E se o prior em causa fosse mesmo o padre Júlio, da paróquia da Prelada? Imaginemos que o árbitro Jacinto Paixão mais não era do que uma ovelha tresmalhada do rebanho dos céus, por quem Reinaldo Teles fez de samaritano. Posso dizer, em sua defesa, que quase todos os meus melhores amigos são samaritanos, mas muito poucos entre eles participam em orgias com prostitutas em «boîtes» do Porto.
Não me custa, pois, a acreditar que quando Reinaldo Teles ofereceu fruta da época a Jacinto Paixão tinha em mente três ou quatro melões maduros e não necessariamente as porcarias que os senhores do Ministério Público se deitam logo a inventar.
E os chocolates?, perguntam. Talvez o vice-presidente do FC Porto, conhecendo as fraquezas do árbitro, lhe prometesse ainda uma tablete de Pantagruel ou um daqueles guarda-chuvas da Regina caso Jacinto voltasse ao presbitério.
É assim tão improvável?

quinta-feira, março 29, 2007

Forças & Fraquezas

Uma das consequências infelizes do processo Apito Dourado é o absurdo questionamento dos 25 anos de conquistas da equipa de futebol do FC Porto. Do ponto de vista das frustrações lisboetas, o processo jurídico foi um maná dos céus – permitiu “explicar” anos e anos de frustrações, derrotas, títulos perdidos. Afinal, Benfica e Sporting não deslizaram para o fundo do mar por culpa própria. Foram puxados pelos tentáculos poderosos de um polvo que, sabe-se agora, não tinha virtudes. Só defeitos.
Foi por culpa do FC Porto e do seu presidente que o Benfica esbanjou três finais europeias nestes 25 anos (enquanto o FC Porto ganhou três das quatro que disputou). Foi por acção de Pinto da Costa que o Sporting fraquejou em Alvalade, numa final europeia que só podia ser ganha. Foi Reinaldo Teles quem manipulou assembleias-gerais nos dois «grandes» de Lisboa para eleger Vales, Santanas, Damásios, Roquettes e por aí fora. Foi seguramente pelo dedo de António Araújo que o Benfica dispensou Deco e Maniche e o Sporting abdicou de Simão e Quaresma. Como os frequentadores das sessões clínicas da Igreja Universal do Reino de Deus, eu, que sempre fui cego, já consigo ver: foram eles, foram eles! Afinal, é muito mais fácil encontrar um réu com as costas suficientemente largas para justificar os desaires do que fazer uma introspecção socrática (não é este Sócrates! É o outro!) e pedir responsabilidades.
Não duvido que existam ilegalidades nas práticas de Pinto de Costa e demais pandilha, mas recuso-me a acreditar que o actual presidente do Benfica e o ex-director desportivo sejam virgens no processo. Ou isso, ou as virgens nas minhas fantasias são claramente efabuladas. Prefiro pensar que não são.
Isso não impede que eu goste muito de ver o entusiasmo que LF Vieira dedica ao processo Apito Dourado, normalmente nos dias a seguir à publicação de notícias comprometedoras sobre a sua actividade imobiliária, os seus contratos paralelos ou o seu estatuto volátil de arguido-réu-absolvido-arguido. É verdade que ninguém lhe escutou qualquer comentário quando Dias da Cunha pregou no deserto sobre o sistema, os corruptores e a batotice do futebol português. Mas Dias da Cunha foi muito precoce. Na sociedade actual, bem sei, presta-se muito o culto a tudo o que é precoce, mas recordo que nem tudo o que é precoce é bom. As senhoras que me lêem confirmarão que um ejaculador precoce não é necessariamente bem-vindo. Desse ponto de vista, portanto, Luís Filipe Vieira fez bem em não ser precoce.
No domingo, estou certo, acontecerá a sequela de um filme mil vezes exibido. O estádio estará cheio como um ovo. As claques do Benfica serão espectaculares antes do início do jogo. Ouvir-se-ão cânticos aterrorizadores para jogadores e adeptos do FC Porto. O jogo começará sob um ambiente infernal para os forasteiros. Com gelo nas veias, os jogadores do FC Porto tomarão conta das operações e farão a bola correr à velocidade desejada. Apesar do vendedor de banha da cobra que estará sentado no banco, o FC Porto dominará. Criará hipóteses de golo. Marcará o golo da ordem num lance que a imprensa do dia seguinte descreverá como esporádico e fruto do acaso. E, ganhando ou empatando, levará a água ao seu moinho. Não por manha. Nem por trapaça. Porque é consistentemente melhor.
Mas felizmente existe o Apito Dourado.

domingo, março 25, 2007

Quaresma & Ronaldo

Já lá vão quatro anos e meio. Numa noite chuvosa, Lazlo Boloni cedeu, por fim, aos apelos dos adeptos do Sporting, que queriam ver no mesmo «onze» Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo. O efeito da potencial combinação era gozado antecipadamente na bancada: um em cada faixa do campo, cavalgando, fintando, fazendo mossa na defesa contrária, transformada em dique prestes a rebentar, tantas seriam as brechas.
Boloni, velha raposa, resistiu. Não queria juntá-los e não explicava porquê. Por fim, num jogo de reduzida dificuldade, fez a experiência. Em Alvalade, frente ao Gil Vicente, Ronaldo e Quaresma fizeram o seu primeiro jogo juntos. O resultado? Aos 20 minutos, estava 0-2 para os minhotos. Quaresma saiu ao intervalo. No final, o resultado saldou-se por um humilhante 0-3.
A cada perda de bola, o Sporting ficava invariavelmente exposto ao contra-ataque adversário. Os extremos não recuavam, os médios estavam sistematicamente em inferioridade. Percebeu-se, enfim, depois de tão penosa lição, que dois extremos com estas características não são necessariamente compatíveis. Ou, pelo menos, que necessitam de uma barragem defensiva capaz de compensar o que eles não defendem.
Ontem, em Alvalade, a cem metros de distância do palco onde pela primeira vez jogaram juntos, Quaresma & Ronaldo deram «show» inesquecível. O segredo? Tiago e Moutinho, os heróis menos cantados do «onze» português.

P.S.: Parabéns ao jornal "O Jogo". Previa ontem, em manchete, que iriam "jogar os Hugos" (Viana e Almeida) no «onze» inicial. Boas fontes, hein!

terça-feira, março 20, 2007

Saber perder

Eu e o Bulhão raramente estamos de acordo, tirando um ou outro caso pontual – e estou a falar meramente no campo desportivo. Partilhamos algumas ideias, temos alguns pontos de vista em comum, mas as desavenças opinativas são frequentes. E ele é teimoso que nem uma mula. E tenho mais anos de bola e de memórias sportinguistas que ele, embora isso não seja atestado de superioridade. As minhas primeiras recordações relacionadas com o Sporting são imagens já um pouco esbatidas pelo tempo: a inauguração do tartan verde do antigo Alvalade, a melhor equipa de hóquei em patins de todos os tempos – e a primeira portuguesa a vencer a taça dos campeões – e, muito escondido na memória, o título de futebol sob o comando de Malcolm Allison. Nessa altura, o Bulhão não era mais que um projecto de futuro indefinido. Alguns anos depois, deu-se a coincidência de nos conhecermos e foi a partir de então que passámos a acompanhar juntos as agruras sportinguistas. Tudo corria normalmente – há 17 anos que o futebol nada ganhava, tirando umas taças de honra e outras merdices – quando, subitamente, o Sporting de Queiroz vence uma Taça de Portugal. O Bulhão, eufórico com este primeiro êxito, armou-se em herói e nem consegui comemorar devidamente. Como um menino traquinas, tralhou de um muro abaixo e fez um rasgão na perna – ainda hoje ostenta, orgulhoso, a cicatriz que ficou para sempre. O pior foi quando Augusto Inácio conduziu o Sporting ao título. Foi uma festa. O Bulhão, desta feita, não estava eufórico, parecia meio atarantado: “Eh pá, isto de ganhar é muita giro. E agora, o que se faz a seguir?” Era a falta de hábito de ganhar. O Bulhão ainda sugeriu perguntar a um amigo portista como é que eles faziam, como é essa coisa de se comemorar um título. Fi-lo desistir da ideia – ser-se sportinguista é estar-se preparado para ter êxitos pontuais e, quando eles acontecem, saber festejá-los sempre com a certeza de que nunca se sabe quando se voltará a ter semelhante alegria. É isso ser-se sportinguista: é amar o clube sabendo antecipadamente que aquela bola que deveria entrar bateu com estrondo no poste; que aquele defesa que nós até não gostamos muito, escorregou quando não devia e deixou isolado o inimigo; é falhar um penalty perto do fim e sofrer um golo na contra-resposta; é jogar, jogar, jogar, dar “show” de bola e o jogo acabar, na melhor das hipóteses, com 0-0; é saber-se, antecipadamente, que com 95 por cento dos árbitros vamos seguramente ser roubados. O Sporting é um clube de drama e de fatalismo. Por isso se despreza a arrogância dos benfiquistas, que pior que não saberem perder, têm ainda um pior ganhar, e com a desprezível política desportiva dos portistas, que nunca se sabe se ganham pelo mérito dos seus jogadores, se pelos cambalachos e corrupção em que pelo menos das suspeitas não se livram. E é por isso que sabe sempre bem ganhar limpamente no Dragão, como sabe ainda melhor ver os arrogantes caírem do seu pedestal.

domingo, março 18, 2007

Dorsal 7278

Fixem este número. É o meu na Meia-Maratona de Lisboa.
Se o virem na televisão, aconteceu uma de duas coisas: estou à frente e, nesse caso, agradecia que, de futuro, me chamassem Kipchoge Keino, nome masai que significa "Aquele que, com a sua própria velocidade, desfaz as neves do Kilimanjaro". Se não for isso, é provável então que vejam este número no dorso de um concorrente que estará a hiperventilar a dez quilómetros da meta. Nesse caso, se não for grande incómodo, agradecia que me chamassem... uma ambulância.

sábado, março 17, 2007

Divã do psicanalista

... e, de repente, voltamos a estar na luta pelo título, com um golo de um chileno que eu não aprecio, com uma exibição gigantesca de um defesa-central que, por mim, tinha partido no Verão de 2005 e sem acusar, por um segundo, a ausência do goleador mais eficiente do futebol do Sporting desde o abandono de Manuel Fernandes.
Confirma-se o velho adágio: futebol é jogo de onze contra de onze e, no final, o Jesualdo perde!

sexta-feira, março 16, 2007

Se tivessem dois pingos de competência, escusavam de ouvi-las...

"Até me apetece dizer que se o Sporting quiser, fazemos um protocolo: o Sporting paga e nós fazemos a formação"
Vítor Ferreira, vice-presidente do Belenenses para as modalidades, sobre o assédio do andebol do Sporting a alguns jogadores do Belenenses com contrato para a próxima época.

A Falta Que Ele Vai Fazer...

quarta-feira, março 14, 2007

Dura Lei, Mas É a Lei

Leio, num inesperado “furo” de “A Bola”, que o Supremo Tribunal deu razão a um jogador do União Leiria e anulou três cláusulas do Contrato Colectivo de Trabalho celebrado entre a Liga e o Sindicato de Jogadores. A decisão coloca em causa – ou, pelo menos, condiciona – a utilização das cláusulas de rescisão como mecanismo de protecção dos clubes face à cobiça dos rivais.
Um indício, porém, suscita-me dúvidas de que o processo venha a ser tão revolucionário como por ora se teme. Há doze anos, a lei que pôs fim aos direitos de opção dos clubes perante jogadores em fim de contrato tomou o nome do seu principal agente, o jogador belga Jean-Marc Bosman. Algo me diz que este acórdão do Supremo Tribunal não passará à posteridade: é que o jogador queixoso dá pelo nome simplesmente de Zé Tó. Algo me diz que ninguém levaria a sério uma Lei Zé Tó ou um Acórdão Zé Tó.

terça-feira, março 13, 2007

Era uma vez uma academia...



Não era Caixa de Talentos, nem Campo de Apanha do Olival. Era só uma academia.
Mas, para a BBC, não era má de todo.

(cortesia MSI)

segunda-feira, março 12, 2007

Dormindo com o Monstro

Moses, do Estrela da Amadora, deslocou a clavícula de Tonel, num movimento muito conseguido a que, no Wrestling profissional, se costuma chamar Inverted Atomic Drop. Quando bem executado, o golpe permite a saudável separação da clavícula da respectiva cintura escapular, produzindo uma dose insuportável de dor muito apreciada pelos conhecedores.
Passo por cima do notável sentido disciplinar de Elmano Santos, que preferiu não estragar o jogo com a exibição de um cartão. Não o censuro, acreditem: com o tamanhão do Moses, eu também não lhe mostraria cartão algum, nem ousaria levantar a voz para ele. Há quem chame cobardia a esse medo de enfrentar os brutamontes, mas eu sempre achei que os brutamontes podem ser criaturas deliciosas se estiverem entretidos com outra coisa.
Ora, o que me interessa neste lance é o refrescante comentário de Moses, que se apressou a lembrar que o golpe foi sem intenção, mas que, em campo, ele não se contém, nem reprime: joga à homem. Nas suas próprias palavras, transmite em cada lance toda a sua força e garra. Parece-me que há aqui algum exagero: nem tudo o que é transmissível justifica necessariamente que se faça uma transmissão. Uma doença venérea, por exemplo, apesar de admiravelmente transmissível, deve ser criteriosamente disseminada. Mas isso sou só eu, Moses. Se bem persuadido, mudo muito facilmente de opinião.
Imagino que no quotidiano Moses será um indivíduo a todos os títulos cativante. Na privacidade do leito, adivinho que actuará igualmente à homem, o que me leva, desde logo, a pedir um sentido voto de solidariedade dos meus leitores para a desgraçada que, à noite, é separada, peça a peça, pelo voluntarismo do senhor.
Já se atribuíram condecorações no 10 de Junho por muito menos.

domingo, março 11, 2007

Um recado...


... ao treinador do andebol do Sporting, professor José Tomaz, e ao responsável pela secção, engenheiro Mário Patrício: se voltarem a levar um cabaz no próximo fim-de-semana, em São Bernardo, escusam de aparecer na segunda-feira em Alvalade. Ou, melhor, apareçam: nós vamos ter o alcatrão e as penas prontinhos!

quinta-feira, março 08, 2007

Às voltas com a semântica


Este ano, apesar de o mundo futebolístico suspeitamente não o reconhecer, a Taça UEFA tornou-se a competição europeia mais difícil e mais prestigiada de todas.
A avaliar pelas intervenções por esses blogues fora, creio que já percebi que a Liga dos Campeões deste ano é uma prova para meninos. No ano passado, isso sim, era desígnio dos titãs, palco de feitos da gesta lusitana. Este ano, claro, não vale nada e qualquer um a pode ganhar.
A Taça de Portugal, essa, transformou-se radicalmente: há três anos, era o troféu mais radioso de toda a Criação, mas este ano, já me explicaram, não vale nada. Aceito humildemente a rectificação.
Com estes dados na mão, é possível interpretar o jogo de Paris.
Aos 10 minutos, o Quasimodo marcou um golo na mais bela e difícil prova mundial de clubes de que há registo.
Aos 36 minutos, Pauleta (aquele abraço, André Luís!) tornou a UEFA uma prova mais banal.
Aos 40 minutos, a Taça UEFA passou a ser uma competição vulgar, que qualquer um ganha, se quiser.
Na segunda parte, as duas hipóteses do Miccoli quase voltavam a transformar a UEFA numa exigente luta entre os melhores clubes da Europa, mas, no final, é ponto assente que a Taça UEFA já não é assim tão importante. Nem decisiva. Nem relevante. Claro está que se na próxima semana houver reviravolta, a Taça UEFA reentra no rol das proezas mais ambiciosas dos indomáveis portugueses. Caso contrário, será uma prova a pinhões, espécie de pré-temporada para o campeonato.
A não ser, claro, que o campeonato também perca relevância nas próximas semanas. Nesse caso, é toda esta temporada que deixará de contar. E será a digressão de final de temporada a Arcos de Valdevez que merecerá o justificado reclame e atenção.
Uff! Custa muito ser do Benfica!

terça-feira, março 06, 2007

A Opinião sobre a Jornada?

Lá vamos, cantando e rindo
Levados, levados, sim
Pela voz de som tremendo
das tubas, — clamor sem fim. E por aí adiante.


Lá vamos, cantando e rindo, que estas coisas já se tornaram tão comuns que nem merecem indignação.
E vai uma aposta que o Moutinho leva o quinto "amarelo" no sábado?

Imagem indecentemente pirateada daqui.

sábado, março 03, 2007

400 dias...

desde o último penalty assinalado contra o Benfica. É obra!

quinta-feira, março 01, 2007

Tão fofinhos



Não suporto consensos, ideias que já não se contestam porque se assume que, na base da pirâmide, elas são partilhadas por todos. Ora, um dos mais irritantes consensos da sociedade portuguesa é o carinho generalizado pela Académica. Em nome de quê?
Talvez pelo passado de contestação política, talvez pela mística estudantil, talvez pela elegância do equipamento negro. Seja pelo que for, não há dona de casa nem mestre de obras que não sinta um fraquinho pela Académica e não se comova quando um grupo fardado e provavelmente embriagado pega no cavaquinho e se lança numa pavorosa interpretação de músicas de tuna.
A Académica e os seus adeptos são como os pandas: são fofinhos e toda a gente gosta deles Eu não! Da mesma forma que tenho no salão de entrada três cabeças empalhadas de pandas-gigantes (não nos esqueçamos, afinal de contas, que sou um visconde), nada me dá mais gosto do que eliminar os «estudantes» da Taça. Sem meiguices, nem festinhas na nuca. Como no velho Oeste, é cobri-los com alcatrão e penas!